quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Uma Lembrança e um Cartaz


Foto: HFrenzel



Finais de ano ou aniversários, gosto eu mesma de confeccionar algo para enviar aos amigos, seja uma mensagem ou um cartão, mas desde que me tornei mãe, tempo livre ficou ainda mais raro. Este ano, no entanto, envolvi minha filha na tarefa e, juntas, confeccionamos um cartaz. 

Ficou faltando o acento circunflexo em ‘paciência’ porque, ao final dos recortes, este atributo faltou à minha 'colaboradotriz' e tivemos que nos apressar na colagem. Por isso mesmo a destaco: porque paciência, depois de saúde, é o que precisamos mais. 

O tempo que investimos para fazer o cartaz ofereço a você e sua família em forma de bons pensamentos e sinceros votos de SAÚDE, PACIÊNCIA, PAZ, FÉ, AMOR, ALEGRIA, LUZ, SORTE e FELICIDADE no ano que vem.

Boas Festas!






segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Prêmio Dardos




O blog  Bluemaedel foi indicado para receber o Prêmio Dardos. 

Fui indicada pela colega Ana Bailune em seu blog Liberdade de Expressão (1). Obrigada, Ana, foi muita gentileza sua essa indicação. Em tempo: grata pelas leituras e comentários freqüentes, sinto-me muito honrada.

Para quem não sabe o que esse prêmio significa (eu também não sabia), eis aqui um resumo do que encontrei na Rede:

O Prêmio Dardos foi criado pelo escritor espanhol Alberto Zambade que, em 2008, concedeu no seu blog Leyendas de “El Pequeño Dardo” o primeiro Prêmio Dardo a quinze blogs selecionados por ele. Ao divulgar o prêmio, Zambade solicitou aos blogs premiados que também indicassem outros blogs ou sites considerados merecedores do prêmio. Assim a premiação se espalhou pela Internet.

Segundo o seu criador, o Prêmio Dardos

<< reconoce los valores que cada blogger muestra cada día en su empeño por transmitir valores culturales, éticos, literarios, personal, etc.., que en suma, demuestra su creatividad a través su pensamiento vivo que está y permanece, innato entre sus letras, entre sus palabras rotas.
Como dijo Oscar Wilde: “Las palabras viven por lo que vive”. >>

As regras do prêmio estabelecem que os indicados, depois de dizerem quem os presenteou, poderão exibir no seu blog/site o selo do prêmio e deverão indicar outros dez, quinze ou vinte blogs ou sites que preencham os requisitos acima para o recebimento do prêmio. Na versão brasileira o número de blogs indicados caiu para cinco (não sei a razão).

A seguir, em ordem alfabética, os cinco blogs que indico:

Aquário Literário, de Marli Savelli (3)
Blog da Isolda, de Isolda Herculano (4)
Eu Curto Conto Curto, de Dolce Vita (5)
Uai, Mundo? O Blog do Cacá, de José Cláudio Adão (6)
Vem cá, Luisa... me dá tua mão, de Vanessa Souza (7).

Porém, outros blogs e sites igualmente interessantes podem ser encontrados na lista 'naveganças' e 'seguidanças' aqui no Bluemaedel.


Muito obrigada pelas leituras e participações!


Links referenciados nesta postagem:



domingo, 2 de dezembro de 2012

De a sentir...

Foto: HFrenzel




De a sentir vestida em cores, no branco que cobre certas manhãs. Não de todos os dias mas de neve ou neblina e com sorte, dos dois: dias brancos, dias invernais. Seus dias têm tons: do cinza azulado ao branco crescente, do verde ao amarelo de ouro forte ou vermelho, dos marrons e coloridos por flores e sol. Quando acorda o dia lá já está, à espera de um levantar, um dia branco, branquinho, anunciante de paz. Privilégio de ver reação primeira, a descoberta de algo ou de outro alguém: “Quando te vi amei-te já muito antes. Tornei a achar-te quando te encontrei.(...) Que és tu a mim que eu compreenda ao ponto De o sentir...?” Descortinaram-se os dias brancos, Fernando, conscientes, vistos por primeira vez. Através da janela pensamentos vãos, uno: Que lindo! Vamos brincar?! Tornará a achar-se se aceitar os nós.







Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (Favor informar o nome da autora. Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Vamos Celebrar!

Imagem: Galeria do Clip-Art, Powerpoint, Microsoft


Quatro anos publicando. Comemoro também o Quinze Contos Mais, o Sem Vergonha de Contar, trocas produtivas com vários escritores, além de muito crescimento pessoal. 

Sinto uma satisfação enorme em ter arriscado certas coisas e apostado em meu nariz porque fronteiras não existem, tudo invenção. Ainda que marcados por algum elemento físico, como um rio ou um oceano, limites não podem impedir quem deseja ultrapassá-los de seguir o seu caminho, nem a montanha mais alta ou o vale mais profundo, como o salmista escreveu. Falo da publicação independente e celebro a liberdade que isto dá. 

Porém, hoje não discorro sobre como comecei na escrita ou se nela pretendo ficar, e sim sobre como comecei a ler: o começo de tudo, o mais importante. Quero celebrar o privilégio de ter aprendido a ler ainda cedo, embora já tarde considerando o que hoje se sabe sobre processos cognitivos: aos sete anos.

Eu tive muita sorte por ter sido criada em uma casa em que havia muitos livros. Nem digo que as pessoas gostavam de ler, pois disso já não me recordo, mas a imagem das estantes apertadas e da minha petulância em querer tornar-me íntima de vários volumes, ainda criança, começa o filme em minha cabeça que conta como fui caindo nas garras das letrinhas e de todo o prazer que elas me dão.

Um dos primeiros livros que eu me lembro de ter lido (e amado) quando criança (e ainda amo) foi uma coletânea de fábulas organizada por Monteiro Lobato, autor cujo mundo encantado eu já teria aberto à minha filha não houvesse barreiras de acesso a livros, o mundo maravilhoso de O Sítio do Pica-Pau Amarelo, Emília e companhia, da Cuca e do Saci.

Naquela época não havia tantos livros para crianças pequenas como hoje vejo, livros que oferecem as mais diversas experiências tácteis-visuais: livros de tecido, para sentir, livros impermeáveis, para ler na banheira, livros para montar como se fosse um brinquedo, livros, livros, livros e tudo isso é muito importante desde cedo para formar um leitor. Mais importante ainda é ler para as crianças, principalmente os clássicos, ou ter sempre uma história para contar. Esse meu gosto pelos contos devo à minha tia-avó, autêntica contadora de causos e lendas.

Do livro de fábulas de Lobato lembro-me das gravuras, dos animais na capa e das histórias com moral que eu sabia de cor.

Lembro-me também de um livro em Francês que eu ‘lia’ e era capaz de jurar entender. Aquelas palavras pareciam-me tão similares ao Português que só fui descobrir que eram de outra língua (a francesa) quando um adulto me contou. Continuei lendo as letrinhas francesas do mesmo jeito, havia figuras no livro e sabe-se lá que tipo de histórias eu conseguia tirar dali.

Depois veio O Pequeno Príncipe de Exupéry e o desejo de querer olhar o mundo de forma distinta, como o elefante na jibóia, de não querer ser 'derretida' como a Rosa e como a Raposa permanecer fiel;  um livro maravilhoso. Acho que foi lendo este livro que pela primeira vez quis ser cientista, talvez para poder falar a públicos que prestassem mais atenção às minhas palavras do que à forma de vestir-me. Ledo engano.

Lembro-me de que eu gostava muito de brincar com um Aurélio de páginas em tom marrom, bastante antigo. Fascinava-me o cheiro e o tamanho. Este último me fez usá-lo muitas vezes como peso ou tamborete e até como degrau, com todo o respeito, claro, e escada para outros mundos ele se tornou. Minha vida mudou quando me disseram que naquele livro eu encontraria o significado de todas as palavras e muitas vezes eu achava a palavra e não entendia a explicação, mas o mais importante me ensinaram: como usar um dicionário e isto fez-me senhora de minhas leituras e interpretações. Foi a glória!

Eu passava muito tempo com os livros e frequentemente nem sentia o dia passar. Acho que não se deve interromper uma criança que está lendo para fazer algo que nem é tão importante assim: como varrer uma casa várias vezes ao dia em pleno Verão, por exemplo, quando é inútil a guerra contra o pó. Eu odiava quando me tiravam do que eu estava lendo ou estudando e muitas vezes quase acreditei que fosse mesmo preguiçosa como me acusavam alguns. Porém, se me tornei quem sou, devo a algumas pessoas e às muitas horas de estudo e leitura, principalmente à leitura de livros de literatura, contos, romances, ficção. Por isso, no aniversário destes quatro anos que levo publicando, é a leitura que eu celebro, o começo de tudo, quando topei com os textos que me permitiram, como leitora, nascer e me criar.

E você, como começou com os livros? Não seja egoísta, deixe-nos saber. Eu, leitora, lhe agradeço. A leitura e os leitores: vamos celebrar!




Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (Favor informar o nome da autora. Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Perigosa Relação

Foto: HFrenzel - Quanto custa?


Se o dinheiro entrar pela porta,  
a literatura encolhe o rabo e busca a janela mais próxima.

E não é isso não ?! 






segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Engrenagens




Peças. Grandes conseqüências, pequenas ações: tal relação nunca deixa de me impressionar. Sem saber ou estar querendo podemos impulsionar mudanças nas vidas das pessoas, interferindo em suas decisões. Pois assim uma ‘achegada’ conta: que se hoje vive na Alemanha deve a algo que um dia eu lhe falei. Eu digo que é exagero e agora explico: quando nos conhecemos, ela estava atordoada com a língua ‘y otras cositas más’, perdida na confusão que toda fase de adaptação traz. Descendente de alemães nascida no Brasil, ela havia já feito visitas e até intercâmbio nas terras de Teutates, mas língua é justa e manhosa: não usou, enferruja, só aparece quando a necessidade está e permanece. Se as crianças, que são crianças, precisam de uns três anos para dominar relativamente as que ouvem todos os dias, imagine alguém passado dos trinta que só ouviu CDs e fez umas aulas de quando em vez para refrescar?! Pense! Ela falou: vou voltar para o Brasil e aprender Alemão primeiro, depois volto para cá. Ao que eu comentei: Pô, você está na Alemanha e quer aprender Alemão no Brasil?! Não faz sentido... Pronto! Deu-lhe um estalo no cascalho e de lá para cá, ela conta, sua vida começou a mudar. Na tempestade de areia fechamos os olhos, e com olhos fechados o óbvio é difícil ver. Ajudei-a a encontrar um curso de línguas, ela logo arrumou apartamento, amigos e do resto a vida se encarregou. Hoje ela trabalha para uma multinacional, tem vida própria e está bem. Outro dia ela veio de visita e recordamos esse começo. Com ou sem exagero, fui uma peça nas engrenagens de sua vida, assim como uma peça-chave na minha fez-me alterar hoje cedo a foto do meu perfil. O que é corriqueiro para muita gente, para mim foi um importante marco: uma nova etapa começou. 



Copyright 2012 (c) - Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão da autora.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Para que eu me lembre como foi





Não sou muito fã de blogs pessoais, admito. No entanto, alguns são muito bons, bem escritos, o autor ou a autora já passou por tantas e tantos e tem ótimas histórias para contar. Desde 1995 venho usando a Internet e sempre mantive sites, porém mais voltados para o trabalho, o que me interessa mais. Em 2005, passando por uma crise, voltei a escrever, mas só para mim mesma, buscando chão. Nessa época redescobri a escrita como terapia, pois há muito tempo não escrevia quase nada pessoal, nem cartas. Daí um amigo me disse: "Por que você não cria um blog?". Também contou-me que, numa crise, saíra um dia navegando sem destino e parara num desses blogs pessoais. A autora vivia situação semelhante à dele e seus textos trouxeram-lhe consolo, alívio e um novo olhar. Lógico que como “homem que é homem não chora” essa autora não recebeu dele sequer um “muito obrigado” porque “macho que é macho não lê blogs desse tipo" e muito menos sai por aí "se emocionando" com o que lê. Daí pensei: se minha experiência puder ser útil a mais alguém além de mim mesma, tenho um bom motivo para criar um blog, não é mesmo? Porém, segui ocupando-me com coisas mais importantes até que em 2008 meu mundo caiu outra vez: novas marcas, novo marco, um dos maiores até aqui. Para ajudar-me a juntar os cacos surgiu o Blog da Helena, contudo minha experiência com textos pessoais não perdurou e o Blog da Helena abriu alas para o Bluemaedel passar, revelando-me a literatura e as artes como os medicamentos mais eficazes desde que o ser humano aprendeu a rabiscar. Analisando meus textos, não sei se tenho conseguido fugir dos contornos do próprio umbigo, mas a escrita tem me permitido cada vez mais ‘sair do couro’, ‘ser’ muitos e assumir vários papéis, os mais exóticos e alheios. Ou estaria eu enganada, já que enorme é o apelo e deliciosa a tentação dos relatos pessoais? Muito depende de como se conta uma história, não é mesmo? Meu caso com o Bluemaedel tem me mostrado que parece ser possível, sim, falar da vida sem exposições desnecessárias e o que é melhor: compartilhar. 

PORÉM, e que isto fique BEM CLARO: nada disto seria possível sem a participação dos leitores que, com seus valiosos comentários, ajudaram este blog e a letripulista a chegarem onde chegou. E este 'textículo', além de contar um pouco desta história, é para expressar aos fiéis leitores e leitoras minha enorme gratidão: Muito Obrigada!






Copyright 2012 (c) - Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão da autora.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Pedaços de Possibilidade



Imagem obtida no site da autora Maurem Kayna na Amazon. Aqui usada somente para divulgar o trabalho.


Em Navegação de Cabotagem, Jorge Amado conta que tendo terminado a leitura dos originais de Caetés viu-se tomado por tamanho entusiasmo que decidiu viajar até a cidade do ficcionista só para comunicar-lhe, de viva voz, sua admiração. Tratava-se de Graciliano Ramos, ainda desconhecido, e Jorge tinha então 21 anos incompletos, e acabara de publicar Cacau. Senti ardor semelhante ao ler Pedaços de Possibilidade, primeiro livro de contos de Maurem Kayna. Não porque se trate de algo novíssimo na literatura brasileira, nova proposta estética ou coisa tal, e sim por tratar-se de publicação independente e ser um livro de muito boa qualidade, muito agradável de se ler. Gostei de todos os contos, quatorze ao todo, e por oito deles senti-me arrebatar. Explico:

Além das várias possibilidades nos contos, vi nesse pequeno livro muitos pedaços de boa literatura, medida nas solas de grandes contistas, claro, porém original; o domínio de técnicas narrativas, perspectiva, cuidado com enredos, pontos em que a realidade se enrosca à fantasia (será?!) de outras dimensões, como em certos contos de Julio Cortázar, autor cuja obra me fascina. Algumas descrições de cenas e personagens são de leveza quase poética e revelam uma autora preocupada com frases e fuga de clichês. O primeiro conto, Verão, que não está entre aqueles que me arrebataram, serviu-me de promessa às surpresas que se concretizaram depois. O primeiro conto talvez tenha sido uma oportunidade dada ao leitor de acostumar-se ao estilo das narrativas, estimulá-lo com requinte a mergulhar nas entrelinhas, e servir como entrada bem escolhida antes do prato principal. Degustei cada pedaço, com muito prazer. 

E para finalizar este relato de meu primeiro encontro com esse livro, deixo aqui um pedaço do Pedaços para você provar: 
A descoberta fez a aproximação reciprocamente bem aceita: escutei-a com o mesmo gosto de quem escolhe a sinfonia adequada à sazonalidade que lhe vai ao peito.” 
Será exagero? Confira você mesmo. Pedaços de Possibilidade, de Maurem Kayna: recomendo.




Ficha
Título: Pedaços de Possibilidade (e-book, 2010, editora Simplíssimo)
Autora: Maurem Kayna
Disponível na Amazon e na Bookess (leitura grátis)



Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (Favor informar o nome da autora. Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.