segunda-feira, 30 de julho de 2012

Tem Um Conto Aí? – Primeira Chamada


Caro(a) Colega Contista,

Olá!

Há um bom tempo cultivo a idéia de reunir na série QUINZE CONTOS MAIS, quatorze contos de outros autores e um conto meu. Pois bem, para o primeiro volume, quatorze vagas estão reservadas a autores convidados e a décima quinta pode ser ocupada por um conto seu! A participação é gratuita. 

Abaixo, as regras do jogo, veja como participar:
  1. Envie um conto de sua autoria para o email bluemaedel@gmail.com até o dia 08.08.2012. Textos recebidos após esta data não serão considerados, a menos que haja prorrogação.
  2. O conto deverá estar (em sua maioria) em Português e não deve exceder (como referência) duas páginas de documento Word (Fonte Times ou Arial, Tamanho 12, Espaçamento 1,5).
  3. Copie e cole o texto diretamente no corpo do email informando o nome do autor(a) e uma mini-biografia (por exemplo: profissão,  formação, se tem publicações, blog ou site onde escreve, contato etc.). Favor não enviar anexos nem fotos, assim esperamos evitar problemas com vírus e incompatibilidade de programas.
  4. A temática é livre mas pede-se evitar textos discriminatórios, pornográficos ou que façam apologia às drogas e/ou à violência, por exemplo.
  5. Os contos deverão ser preferencialmente inéditos, ou seja, que não tenham sido ainda publicados, por exemplo, em qualquer outro livro, revista, jornal ou antologia. Contos publicados de forma independente em blogues ou sites mantidos pelo(a) participante poderão concorrer.
  6. A coletânea será disponibilizada no site do projeto e em formato PDF para download gratuito, sob uma licença Creative Commons  (negado a criação de obras derivadas e comercialização).
  7. Ao enviar um conto, o(a) participante estará automaticamente autorizando-me a publicá-lo e distribuí-lo sem qualquer ônus, caso seja o vencedor da seleção, é claro.
  8. Endereços eletrônicos, textos e outras informações pessoais não serão passadas adiante nem utilizados para outro fim que não a comunicação com o(a) participante, caso necessário, durante o processo seletivo.
  9. Cada participante deverá enviar apenas (01) conto. Os critérios de seleção são puramente literários - por exemplo: originalidade, qualidade de texto e linguagem, adequação ao gênero conto e à proposta da coletânea etc. Esses critérios são definidos por mim, na qualidade de editora, de forma irrevogável, bem como o julgamento de casos omissos relacionados à seleção.
  10. Esta chamada poderá ser prorrogada (1) uma única vez, dependendo da quantidade de textos recebidos até o dia 08.08.2012.
  11. Encerrado o prazo final de envio, informarei uma provável data para a divulgação do conto vencedor (título e autor/a) e o texto será incorporado à coletânea, a qual sairá mais tarde.


O projeto QUINZE CONTOS MAIS tem compromisso com a boa literatura e visa a divulgação de contos de autores relativamente novos e/ou pouco conhecidos. Este projeto não tem qualquer fim comercial.

No mais, grande honra e prazer em receber o seu conto. Tendo um para enviar,  não perca os prazos nem tempo!

Atenciosamente,

Helena Frenzel.



quinta-feira, 19 de julho de 2012

Projetos



Há quem precise de ideologias;  eu, apenas de projetos para viver bem e feliz; tenho sempre que ter alguma coisa para fazer. Lógico que minha família e meu trabalho são meus grandes projetos de vida mas, aqui e ali produzo tempo para algo mais, algo que me bate na cabeça até que sento para implementar. Nada se iguala ao prazer que tenho em ver um projeto pronto, pelo menos uma fase mais próxima do final. Assim surgiram as primeiras letripulias que me deram experiência para muitas outras mais, incluindo o desafio mais novo: coletar bons textos de vários autores numa nova publicação. Tenho projetos para tudo e para as coisas mais simples, até mesmo para as tarefas do lar. Por isso não entendo gente que gasta os dias sentada em frente de casa (ou do que seja) comparando-se a outros que passam ou difamando a vizinhança que não pára, nem deixa o mato crescer. 





Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (Favor informar o nome da autora. Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

Não FAÇO Mais!


Certa vez, há muito tempo, estava eu num curso de inglês com professor nativo, um John Lennon australiano – amante dos Beatles, aliás - quando me foi solicitado falar. I’d like to make a question, comecei timidamente. To make a question? How? – cortou o professor. Eu corrigiria de outro modo, mas, como a idéia agora não é criticar métodos, sigamos com a lembrança: fiquei sem jeito e calei-me, o que estaria errado, pensei. Sorry, but a question we ask, we don’t make it! Mas que colocação, disse o beatle mestre um tanto surpreendido e eu comigo: captei, sábio guru! Cada língua e seus meandros: sentidos, locuções... se em Português se pode fazer perguntas, em Inglês, não; pelo menos NÃO com make! Do mesmo jeito que mim não faz nada, quem faz sou eu, ficou gravada a paulada: perguntas, em Inglês, não FAÇO mais! E na dúvida, assim respondo: se pergunto ou questiono, não tenho como errar, né mesmo?




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segunda-feira, 16 de julho de 2012

Maria, Marias



Uma força que nos alerta1

De uma Maria conhecida que, no dia em que lançou sua autobiografia, recebeu de uma irmã a visita e um golpe no nariz. Tivéssemos já todos morrido, disse ofendida, aí não incomodaria, mas tinhas tu, a escritora da família – ah, bendita! – que pôr nossos podres no ar. Enquanto eu viver, meu perdão não terás! E foi-se embora ignorando atentos olhares desde dado o soco inicial. E de Maria, a que tinha um blogue e adorava publicar. Era um vício. Postar, termo concreto, real, mas, de momento, um momento de Maria e de tantos outros de sua geração. Perigo é que as marias passam mas suas palavras ficam, vivas e intocadas, pois da rede não se apaga o que uma vez lá se postou. Sempre fica uma cópia, um link, um servidor, um fã. E Maria, motivada pelo afã da fama de escrever, contava de sua vida para quem quisesse ler, num tipo de reality-show, folhetim de agora da TV e dantes dos jornais. Falar de si não era problema, difícil era manter dos escritos bem de fora quem detestava aparecer. Fato é: Maria nada via para fazer e foi gastar os dias buscando sentidos no público. Sentidos sim, pois eram muitos, e os seguidores também, fofoqueiros de plantão. O marido de Maria, se me entendem, um zero contava mais, por isso ela contava dele tudo, sem ponderações. Foi assim que Teresa, que vivia num mundo diferente, num mundo bem real, descobriu um Juvenal que andava triste, não era de se jogar fora e vivia por acolá, largado. Teve dó. Dó e outras notas. Maria revelara dele gostos, defeitos e horários, o que não gostava de comer, tudo lá no seu blogue, para quem quisesse ler. Ora, fazendo de Teresa a oportunidade uma ladra, juntou-se a fome à vontade de comer e logo postaria Maria: seu casamento acabara. A ver que Teresa nunca comentou em blogues, porém os lia, até depois de estar com o Juvenal, que por via das dúvidas, sabe, melhor saber o que pensa o oponente, ainda mais quando este não tem vergonha de contar. Ah, minha vida é um livro!, alardeava Maria a cada atualização. Por que essa fome de viver em aberto, de jogar as intimidades suas e alheias na frente do ventilador, perguntava-se o filho. Este, perseguido na escola, pagava pelos posts da mãe. De que molhava as calças ainda, de que em noites de chuva costumava chorar, de que nem todos os dias trocava a cueca, de que deixava o banheiro por vezes sem ter lavado as mãos. De tudo isso e outros detalhes sujos seus colegas zombavam saber, até mesmo de sua dor. À mãe, havia já pedido: pense mais nos outros antes de postar. Eu penso, meu filho!, retrucava, e ele a odiou por isso ainda mais. Enrustiu-se, não suportava sequer TV, qualquer coisa interativa causava-lhe asco. Um dia, escreveu Maria: meu filho mora agora com o pai, dele não sei de nada, de mim ele não quer saber. E seus seguidores atiçavam: ‘conte, conte mais, nunca deixe de contar’. E contando seguiu Maria, das parcas vitórias, da loucura, dos fracassos, do vazio da própria vida, das tantas e inexplicáveis decepções até que um dia não houve mais posts, comentários, atualizações, nem sequer uma lápide nos cemitérios da rede à qual pudessem visitar, nada. Mas a vida na teia seguiu sem ela, sem alarido ou alteração. Já a conhecida Maria,  passado o alvoroço, lição aprendida, seguiu seu nariz, torto mesmo e, acompanhando josés, teresas, marias, escreveu muitos e muitos livros mais. Deu rosto a sem-rostos, nome a anônimos, imaginou ligações, sobretudo deu vida a histórias esquecidas e de ‘lixo’ rotuladas, queimadas e espalhadas num disco de algum servidor.

(1) Trecho da canção Maria, Maria, de Milton Nascimento.


Nota: 
Este conto marcou minha primeira participação em um concurso literário - realizado no início deste ano. Como experiência é sempre o melhor prêmio que se pode ganhar,  desde já me preparando para os próximos!



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