Foto: HFrenzel, 2012
Nunca se falou tanto em felicidade como nos últimos tempos. A chamada
Psicologia Positiva está aí pra confirmar. Os americanos há séculos declararam,
e na Constituição, que todo cidadão tem ‘o direito’ de correr atrás da sua,
persegui-la e capturá-la, sem mais. Seria esse o tão falado sonho
americano? Não sei, não manjo de americanos, gosto mesmo é de filosofar. As
crianças de uma geração após a minha já nasceram sabendo que têm direito a
tudo, e que merecem o mundo a seus pés. Só que seus pais esqueceram-se de
dizer-lhes que há também os deveres, e que pra tudo, até para a felicidade, há
um preço a se pagar: trocado em esforços nada miúdos e acrescidas frustrações.
“É impossível ser feliz sozinho”, nos diz a ‘Onda’ de Tom Jobim. Será mesmo? A
felicidade começa em nós mesmos mas para que ela nos torne gente e faça
sentido, estranhamente precisamos compartilhá-la: e quanto mais vazios, mais
cheios. E lembrando versos de Solsbury Hill, de Peter Gabriel: "A
LIBERDADE faz piruetas quando penso que sou livre", penso que,
ironicamente, seus ‘primos’ devem fazer o mesmo, quando imagino que tenho direitos e sou feliz.
Crônica originalmente publicada no BVIW. Confira os outros textos e os comentários da rodada "Limites da Felicidade" aqui!
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